Guia Kinoforum

Festivais Audiovisuais

Notícia

A SP Film Comission agiliza autorizações de filmagem e produções na cidade

Desde a última segunda (16/5), filmar em São Paulo ficou mais fácil. É que já está valendo o decreto que cria a São Paulo Film Commission (56.905), cuja assinatura aconteceu em 30 de março. O documento previa um prazo de 45 dias para a Spcine se adequar às regras. O ponto alto do decreto é que ele centraliza e desburocratiza as solicitações de filmagem na capital paulista.

Atualmente, produtores audiovisuais chegam a percorrer dez guichês diferentes, dependendo do tamanho da produção, para conseguir rodar um filme, série ou anúncio de TV. Com as mudanças, o produtor preenche apenas um formulário cujo tempo limite para resposta fica entre dois dias úteis (no caso de peças publicitárias) e sete dias úteis (para as demais obras audiovisuais).

Acesse o Cadastro Único.

No Cadastro Único de Filmagens e Gravações, produtoras informam as necessidades da produção e dados da empresa solicitante. A partir daí, a São Paulo Film Commission, departamento da Spcine, assume a negociação com os órgãos envolvidos na liberação de ruas, parques e outros espaços para filmagem. Algumas locações terão liberações imediatas.

“O documento vai nos ajudar a organizar de forma sistemática o atendimento ao produtor. Vamos poder compilar os dados sociais sobre quanto a atividade audiovisual é rentável economicamente para a cidade, quanto ela gera de emprego e, no futuro, oferecer essas informações para a Prefeitura de São Paulo e para a sociedade civil. Com um procedimento de autorização mais fácil, o fluxo de filmagens na cidade tende a aumentar, e esse é o maior ganho”, acredita Tammy Weiss, coordenadora da São Paulo Film Commission.

A produção de um longa-metragem internacional chega a movimentar 250 mil dólares por dia; a de um comercial de TV, cerca de R$ 1 milhão por semana, segundo estimativa da Association of Film Commissioners International (AFCI). Na cidade de Nova Iorque (EUA), dona da principal film commission do mundo, o impacto das produções gira em torno de 8,7 bilhões de dólares anualmente, com mais de 100 mil pessoas empregadas.

“São Paulo perdeu dezenas, centenas de filmagens na última década por ser uma cidade quase impossível de filmar. Uma espécie de cidade proibida para o cinema, para o carnaval e para os artistas de rua, para a produção cultural no espaço público. Com este decreto vamos destravar a cidade para as filmagens, criando serviços eficientes e rápidos para o produtor”, reforça Alfredo Manevy, diretor-presidente da Spcine.

Em fase pré-operacional, o departamento atendeu a 58 produções de agosto de 2015 a fevereiro deste ano, entre séries, programas de TV, videoclipes, publicidade, longas e curtas-metragens.



Facilidades

A São Paulo Film Commission começa a construir uma base de dados com os serviços e profissionais do audiovisual disponíveis na cidade, como forma de incentivar arranjos produtivos locais e fortalecer a mão de obra do território.

Por meio do Selo Spcine, diferentes prestadores de serviços poderão se identificar como parceiros da empresa, oferecendo benefícios para produtores audiovisuais.

Serão três categorias: EU SOU CENÁRIO, para espaços que disponibilizem sua locação para filmagem; AMIGO DO CINEMA, o serviço ou comércio oferece desconto nos preços para produções audiovisuais; SÃO PAULO É CENÁRIO, prédios públicos que têm disponibilidade automática para filmagem.

Os dados estarão disponíveis no app da São Paulo Film Commission. O aplicativo, que também terá uma versão web, oferece  o produtor audiovisual um manual de como deve proceder para filmar em São Paulo, como também o cadastro único para obtenção de autorizações e o banco de dados de serviços, mão de obra especializada e um cadastro em permanente atualização das locações ofertadas pela cidade.

Comissão

Será constituído ainda um Conselho de Filmagens e Gravações do Município de São Paulo, formado por órgãos da administração municipal direta e indireta. O colegiado, que deverá se reunir anualmente, fará a análise e sugestão dos preços cobrados pelo poder público para a prestação de serviços e locação de espaços da Prefeitura de São Paulo.

Participam representantes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), SPTuris e das secretarias municipais de Governo, Cultura, Verde e Meio Ambiente, Transportes, Finanças e Coordenação das Subprefeituras.

A CET também terá um funcionário para atuar como ponto focal junto à São Paulo Film Commission para os pedidos de filmagens e gravações que envolvam vias públicas.

Via SPcine